quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Inter Bi da América












Inter campeão da Libertadores 2010 - A trajetória colorada19 de Agosto de 2010 00:29
Por André Carbone e Rodrigo Faber, do Yahoo! Esportes
Muita raça. Se esta fosse a única característica do bicampeonato do Internacional na Libertadores já seria o suficiente para a torcida. Mas foi mais, muito mais. Teve a organização de Bolívar, o coração de Guiñazu, o cruzamento de Kleber, o sangue de Tinga, a explosão de Taison, a técnica feroz de D’Alessandro, a eficiência de Alecsandro e as estrelas de Giuliano e Sóbis. Estrela é o que não faltou no título. Relembre como foi!
Após a frustração do vice na Copa do Brasil no ano de seu centenário, o Internacional foi buscar a vaga na Libertadores 2010 no Campeonato Brasileiro. Apesar de não terem chegado ao título, que ficou com o Flamengo, os colorados passaram a se preparar para a competição continental da temporada seguinte.
No primeiro jogo, diante do Emelec, a quebra de um tabu: o Inter, que nunca havia vencido em sua estreia na história da Taça Libertadores da América, bateu a equipe equatoriana por 2 a 1, de virada, com um gol de Alecsandro aos 41 minutos do segundo tempo. E o fato era, sem dúvida, um bom agouro do que estava por vir.
A campanha foi irreparável: empates fora de casa com Depotivo Quito, Cerro, do Uruguai, e com o próprio Emelec, além de duas vitórias no Beira Rio: 3 a 0 sobre o Deportivo e 2 a 0 sobre os uruguaios, fechando a primeira fase de forma invicta e com 100% de aproveitamento em casa.

O dado mais curioso ficou por conta do jogo fora de casa contra o Cerro: realizada no Estádio Atílio Paiva, em Rivera, na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, a partida contou com uma invasão colorada: cerca de 20 mil torcedores do Inter viajaram e fizeram a equipe se sentir em casa, apesar do burocrático empate sem gols. O Inter avançou às oitavas de final como líder do Grupo 5, com 12 pontos ganhos em seis jogos.
O Inter enfrentou uma batalha contra o Banfield, campeão argentino meses antes, nas oitavas de final. A partida na Argentina foi tensa com a expulsão de Kleber, que havia feito um gol, e muita reclamação contra a arbitragem do uruguaio Jorge Larrionda. A derrota de 3 a 1 não abalou o Colorado, que fez 2 a 0 no Beira-Rio, com Alecsandro e Walter, e se classificou para as quartas de final pelo gol marcado fora de casa. Algumas semanas depois, o segundo se transferiria para o Porto-POR.
O adversário seguinte era ninguém menos do que o Estudiantes de La Plata, campeão da Libertadores anterior em cima do Cruzeiro, com um time de ainda mais respeito. O jogo de ida, com mais de 40 mil pessoas no Beira-Rio, foi equilibradíssimo. Quanto mais o jogo ia se aproximando do fim, maior era o desespero colorado. O gol da 'goleada' por 1 a 0 só veio aos 42 minutos do segundo tempo, com Sorondo, de cabeça, aproveitando o cruzamento de Andrezinho.
No jogo de volta, disputado no acanhado Centenário de Quilmes, o Inter sentiu a força do time comandado por Verón. Depois de atuação irreconhecível, desceu para o vestiário no intervalo perdendo por 2 a 0. Na segunda etapa, equilibrou o jogo e tirou força dos seus milhões de torcedores que assistiam à partida para fazer o gol salvador aos 43 minutos do segundo tempo. O autor foi Giuliano, que substituiu D'Alessandro e viraria talismã dali para frente. A briga entre jogadores após a partida não tirou o brilho da façanha colorada.
A pausa para a Copa do Mundo foi benéfica ao Inter. A demissão do contestado treinador Jorge Fossati e a contratação de Celso Roth fizeram bem ao time e recuperou um jovem astro: Taison. Além disso, as contratações de Sóbis, Tinga e Renan vieram para somar. Pelas partidas pós-Copa no Brasileirão, o Inter chegou à semifinal contra o São Paulo, tricampeão da Libertadores, como favorito.
No Beira-Rio, encurralou o Tricolor como um time pequeno e fez o suficiente para jogar pelo empate no Morumbi: 1 a 0, gol de Giuliano. Em casa, o São Paulo mostrou sua força e igualou o placar ainda no primeiro tempo. No início do segundo, porém, Alecsandro desviou falta de D'Alessandro e fez o gol que colocou o Inter na final. Mesmo com a expulsão de Tinga e outro gol são-paulino, o gol fora de casa mais uma vez foi o trunfo colorado.

Mesmo com vaga garantida no Mundial de Clubes, a final contra o Chivas, do México, não foi mera formalidade. O Inter começou perdendo no gramado sintético do estádio Omnilife, em Guadalajara, mas Giuliano e Bolívar fizeram os gols da virada no segundo tempo, que fez justiça e deu traquilidade para a partida em Porto Alegre. No segundo jogo, novamente o Inter saiu atrás no placar, mas virou com gols de Sóbis, Damião e Giuliano, um golaço digno para ser o símbolo do título do Inter.
Destaques da conquista colorada:
- Guiñazu: o volante argentino desembarcou no Beira-Rio em 2007, vindo do Libertad, do Paraguai. Com quase 32 anos, o símbolo da raça colorada tinha o tornozelo inchado incomodando para o jogo de volta da final da Libertadores. Quando perguntado sobre qual o risco de ele não jogar, ele mostrou todo o seu estilo: "Só se me cortarem a perna".
- Alecsandro: o artilheiro não jogou a finalíssima por uma contusão, mas esteve presente com gols decisivos contra o Banfield e o São Paulo. Uma relação inicial de amor e ódio com a torcida colorada virou só amor com a Libertadores.
- Giuliano: foram seis gols na competição. Contando que ele é meia e foi reserva em muitas partidas, isso já seria um grande feito na Libertadores. Mas quatro dos gols de Giuliano foram especiais. Pelo que fez contra Estudiantes, São Paulo e Chivas (o gol do título), o talismã ficará para sempre marcado no coração do torcedor do Inter.

Fonte: Yahoo



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