sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Matérias de Arquivo do Blog parte 2

19/5/10

Inter vence o Grenal

06 de abril de 2009 | N° 15930AlertaVoltar para a edição de hoje

CLÁSSICO 376

O último Gre-Nal de Roth

Técnico do Grêmio é demitido após um clássico em que a maior qualidade do plantel do Inter de Tite se sobrepôs

Jogue bem ou jogue mal, no 3-6-1, no 4-4-2 ou no 3-5-2, na Capital ou no Interior. Tanto faz. O Grêmio de Celso Roth sempre perdeu as decisões em geral e para o Inter em particular. A derrota de ontem no Beira-Rio, de virada, por 2 a 1, foi insuportável para o tricolor. Com o mesmo placar de outros dois Gre-Nais disputados este ano e a eliminação do Gauchão, a direção gremista demitiu Roth. Agora, começa uma busca alucinada por um técnico para jogar a Libertadores da América já amanhã. Enquanto isso, o caminho está aberto para o Inter ser campeão gaúcho.

O Inter jogou como tem jogado todo este ano. Com seus três volantes movediços, seus dois atacantes velozes, sua zaga ortodoxa. O Grêmio, não. O Grêmio mudou. Na falta do lateral-direito Ruy, lesionado, Celso Roth escalou o zagueiro Thiego e mexeu em toda a defesa e no meio-campo. Souza foi exilado para a ala-direita, Rafael Marques ficou na sobra e Thiego recebeu a incumbência de marcar Nilmar. A ideia de Roth era anular os atacantes do Inter. Planejou todo o Gre-Nal com esse objetivo. Quase conseguiu.

Taison fez provavelmente a pior partida da sua carreira – 50% da meta havia sido atingida. O problema era que Nilmar volta e meia obtinha vantagem sobre Thiego (numa delas sofreu pênalti) e, desta forma, o Inter chegou à vitória.

Na etapa final, Roth avançou Souza e o time ganhou força

Com esse esquema, o Grêmio amordaçou parcialmente o Inter. Só que também não jogou. Em geral, o primeiro tempo teve a mesma toada: o Inter tentava atacar, o Grêmio se defendia bem, recuperava a bola e a mandava para frente num chutão. Até o goleiro Victor, quando cobrava tiro-de-meta, não passava a bola; enviava um balão para o campo de ataque. O Grêmio, sem o talento de Souza no meio-campo, era um time emasculado, dependente dos lances de bola parada ou de algum contra-ataque fortuito.

Aos 11 minutos o Grêmio bem que poderia ter aberto o placar. Leo foi derrubado dentro da área por Sandro, mas o árbitro Leonardo Gaciba não assinalou pênalti. Sete minutos depois, sim. Fábio Santos cruzou da esquerda, Kleber tocou com a mão esquerda no número 10 às costas de Tcheco, e Gaciba marcou. Não foi um pênalti tão claro quanto o que sofreu Léo, mas o árbitro não viu assim. Aos 19, Tcheco cobrou bem e fez 1 a 0.

A partir daí, o jogo ficou feio. Ninguém superava ninguém. Até que, aos 31 minutos, Nilmar foi lançado pela direita. O atacante do Inter zuniu sobre a risca da área, perseguido pelo pernalta Thiego. Os dois lutavam pela bola, ombro a ombro. Ladino, Nilmar aproveitou-se de uma passada mais forte do zagueiro e desabou na grama com estardalhaço. Outro pênalti duvidoso. Mas Gaciba marcou e Andrezinho converteu: 1 a 1.

Assista aos gols

No segundo tempo, Roth solucionou o problema de aridez do meio-campo do Grêmio deslocando Adilson para a direita e avançando Souza. Aí, sim, o Grêmio passou a dominar, a partida. No primeiro minuto, Leo chutou de fora da área, rasteiro, e a bola quase entrou.

Claro que, do outro lado, havia Nilmar. Aos oito minutos ele passou por Thiego mais uma vez e só não ampliou porque Victor fez grande defesa. Aos 11, depois de uma confusão na área, Lauro tirou a bola com os pés. Aos 12, Souza cobrou falta com violência e acertou o travessão. Aos 23, Tcheco cobrou escanteio com perfeição e Jonas cabeceou a bola de lado, atingindo a trave. Aos 24, Réver cabeceou e Guiñazu tirou de cima da linha.

D’Alessandro deu passe perfeito para o gol de Índio

O Grêmio dava a impressão de que venceria, e talvez até vencesse, se não houvesse substituições. Mas houve. Aos 21, Celso Roth desarrumou o que havia arrumado: tirou Adilson, que vinha bem, e colocou Makelele.

Três minutos antes, Tite havia acrescentado qualidade ao seu meio-campo: substituiu o opaco Andrezinho pelo elétrico D’Alessandro. Foi por causa de D’Alessandro que ocorreu uma confusão aos 27 minutos, originando as expulsões de Taison e Rafael Marques.

E dos pés de D’Alessandro saiu o passe para Índio desempatar o jogo, aos 32 minutos. Aos 42, Fábio Santos desperdiçaria outro gol, chutando para fora quando até o goleiro Lauro estava batido, longe do lance. Acabou sendo uma jogada emblemática, que resumiu a partida: um time de qualidade, como o Inter, parece vencer por sorte; um time precário, como o Grêmio, parece perder por azar.

zerohora.com

- Ouça os gols da partida

- Veja fotos do Gre-Nal

DAVID COIMBRA

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